Um filme. Na câmara lenta das lembranças. Nas cores recoloridas do que já não será. A mesma nota que se estende sinuosa como um certo caminho. Um torto caminho. Um só caminho. Num cinema que é escuro no centro deste dia. Um só lugar na platéia, a mesma projeção. Um só segundo e o tempo pára. Um só. Um que se assiste em vultos, em rastros. Se atravessa com as mãos opacas esticadas, sem alcançar as recores. Assiste. Numa hora o tempo passa. Está de passagem. E o espectro acústico se eleva num agudo oxítono. No som novo da própria voz, que prefere os silêncios, que gosta dos vultos, que coleciona os segundos, que assiste ao tempo passar.
C.
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