terça-feira, 21 de outubro de 2008
Segue trecho da oficina de contos dada por José Castelo no Portal literal. Quem se interessar, pode encontrar as dez aulas na íntegra no http://portalliteral.terra.com.br
“Diz o dicionário que o conto é uma narrativa breve e concisa, que apresenta unidade dramática e tem a ação concentrada em um único ponto de interesse. A definição sintetiza as idéias mais comuns que cercam, como velhas superstições, o conceito de conto. Não traz uma regra, uma norma, não é um dogma: mas é, ainda assim, um bom ponto de partida. E, como todo ponto de partida, existe não para que nele estacionemos, mas para que o superemos.
A palavra conto vem de "conputus", do latim, que, entre outros significados, guarda o sentido de "cálculo". De fato, na arte de escrever contos existe muito de perícia, de busca de rigor e precisão, de luta contra o excesso e o supérfluo. É claro, cada autor estabelece seus próprios objetivos, fixa suas próprias fronteiras e lida com suas próprias idéias a respeito do que escreve. Os contos de Machado de Assis, como "A cartomante", ou "A mulher de preto", não se parecem com um conto célebre do argentino Júlio Cortázar, como "O perseguidor". Ambos se distanciam muito de uma fábula de Esopo, como "A raposa e as uvas", dos relatos de Charles Perrault, como "O barba azul", e também de qualquer uma das cem narrativas guardadas no Decamerão, de Boccaccio. Ainda assim, todos costumam ser chamados, genericamente, de contos.”
Alexandra
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