sábado, 18 de outubro de 2008
Poema 1
Um dia, eu enviarei contos. Hoje, dois poemas: amor e morte.
do amor: o primeiro
“Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta...”
Eugénio de Andrade
Creio que foi o olhar
foi no olhar que me deitei
Um olhar tão claro que fazia bem
deitar nele uma vida toda
Naquele olhar
o mundo não entrava
e eu era inteira ausência de mim
Eu me quedava naquele olhar
sabida em não saber
- querer era ter -
coberta pelo lençol das pálpebras
Teus olhos, grama verde
Um olhar
que congelou o tempo
me grudou na estrada
ladrilhou as noites
Navegando em teus olhos
nos meus olhos verti
em gotas de um oceano
que secou em ti
...
Vão-se as paixões
Ficam os poemas a arder
Alexandra
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